A cidade de Pilar, em Alagoas, tem se destacado nacionalmente por seu modelo de ensino bilíngue na rede pública, baseado na metodologia Systemic Bilingual. Implantado há dois anos, o programa é pioneiro no Brasil e foi criado por duas empresárias nordestinas. O sucesso da experiência chamou a atenção da Fundação Getulio Vargas (FGV), que estuda a iniciativa com o objetivo de analisar a possibilidade de replicação em outras regiões do país, incluindo grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. A pesquisa é coordenada pela professora e pesquisadora da FGV, Gabriela Lotta, e busca compreender como a experiência de Pilar pode ser adaptada a outros contextos. “Estamos fazendo uma análise da implementação. O simples fato de um município pequeno adotar um modelo bilíngue com apoio de uma escola de excelência já é uma inovação relevante. Nosso objetivo é entender como essa experiência pode funcionar em outras cidades e gerar resultados positivos”, afirma Lotta. O estudo é qualitativo e inclui análise documental e entrevistas com profissionais envolvidos em políticas públicas. A pesquisa parte de evidências já existentes sobre os impactos positivos do ensino bilíngue no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Além disso, avalia como o modelo pode fortalecer as capacidades locais e adaptar políticas educacionais às realidades regionais. Como funciona a metodologia A metodologia Systemic Bilingual prevê 15 horas semanais de aulas em tempo integral, divididas em duas etapas: em uma parte do dia, os alunos têm as disciplinas curriculares em português; na outra, realizam atividades semelhantes em inglês. O objetivo é promover o aprendizado de uma segunda língua de forma integrada ao conteúdo escolar. Segundo Vanessa Tenório, fundadora e CEO do Systemic Bilingual, o modelo também trabalha aspectos socioemocionais dos estudantes. “Eles desenvolvem autonomia, confiança e capacidade de comunicação em diferentes contextos. O inglês é uma ferramenta global, presente nos negócios, na tecnologia e na ciência. Nossa proposta é preparar os alunos para esse mundo, independentemente da origem social”, diz. Criado há 25 anos, o Systemic Bilingual já está presente em mais de 150 escolas privadas no Brasil. A experiência em Pilar é a primeira aplicação em larga escala na rede pública. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Intercâmbio com outras cidades A experiência alagoana tem atraído gestores públicos de todo o país. Representantes de 25 municípios de diferentes regiões, como Santo André (SP), Curitiba (PR), Acará (PA), São Simão (GO) e Recife (PE), visitaram Pilar para conhecer o modelo. Durante a visita, os próprios alunos, falando em inglês, apresentaram as instalações da escola. Os visitantes também conversaram com professores e gestores sobre o processo de implantação do programa. Os resultados finais da pesquisa conduzida pela FGV devem ser divulgados até o fim do segundo semestre de 2025.
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